ORKUT

Com muitos comentários, debates, vários acessos e inúmeros usuários.

Quem nunca ouviu falar no tal Orkut definitivamente é candidato a ser meu ídolo.

Sim, já tive por três anos. O primeiro ano me divertir bastante por reencontrar pessoas do túnel do tempo. O segundo veio a nóia de sempre atualizar, descobrir sempre novas comunidades e sonhar com uma vida melhor, uma melhor aparência... um verdadeiro sarau para detonar a auto-estima. O terceiro servia para lembrar aniversário (muitas vezes sem importância devida) e descobrir tendências.

Coincidentemente no terceiro ano de convívio com o ser Orkut, comecei a trabalhar onde ele era proibido, acessava pouco a net e tudo aquilo já não se encaixava no novo estilo de vida. O suicídio aconteceu depois do início da minha estória de amor quando a tal estória estava com eminência de virar buxixo. Fim, sem mais acessos e sem remorsos, muito menos saudades.

Atualmente, observo e percebo que em muitas conversas o Orkut é ator principal ou coadjuvante. Tipo:

- A menina fica com o cara e lá vai ela ver quem é o fulano no Orkut.
- Alguém comenta de um outro alguém, e uma nova pesquisa acontece.
- Lamentos de fim de relacionamentos por causa do site.
- Sentimentos de raiva e ciúmes facilitados pelo Orkut.
- Sensação de impotência diante de tamanha informação.

Tenho uma grande amiga que diz: “Orkut não é coisa de Deus.” Eu, particularmente, assino embaixo.

Considero o Orkut um mundo à parte. Um Sex in the City virtual. Uma excelente ferramenta para reencontrar pessoas. Porém... causa desencontros, disabores, discórdia, fofoca, exposição, tristezas e preconceitos. Mas também, tem a parte da diversão, da criatividade, da alegria de ganhar um belo depoimento e trocar figurinhas.

Positivo e negativo, fico com a segunda opção.

Bom é viver o real e concreto. Sonhos devem existir, mas na nossa mente. Viver a ilusão é esquecer que existe um mundo de verdade a ser conquistado.

A brincadeira vale até o momento que não interfira na sua vida real e não traga sentimentos ruins.

Vejo o quanto somos suscetíveis a essa enciclopédia de gente que se chama Orkut. O quanto muitos são vulneráveis e tudo muda por uma simples troca de foto, de legenda, de status. Esse enorme Big Brother nos mostra uma carência intangível, uma negação ao cotidiano, um jogo de intrigas e ilusão viciosa.

De tudo, reconheço que a melhor comunidade que já fiz parte foi: “Jaca tem um cheiro sincero.”
Viver é preciso sempre.

by fulana