domingo, 19 de abril de 2009

O Inesperado

Li esse poema no blog na minha querida amiga W e resolvi copia-lo porque tem tudo a ver com o meu momento.



"Quando a gente pensa que está tudo bem...
Vai um vento.
Vem.
Quando a gente pensa que está tudo bem.
Vem a chuva também.
E vem a tempestade.
Destrói ponte, destrói a cidade.
Quando a gente pensa que está tudo bem...
O inesperado vem."
(Sonia Delsin)


by Sicrana

domingo, 12 de abril de 2009

FELIZ PÁSCOA!


Pois renascer é preciso...!
  • Sonhos renovados;

  • Bate-papo em dia;

  • Emoções a flor da pele;

  • Preces e agradecimentos;

  • Galera reunida;

  • Folia gostosa;

  • Mundo da imaginação aberto;

  • Ovos coloridos para celebrar;

  • Você e nós do Toilet prontos para tudo!

Feliz Páscoa!


By Toilet Girls


domingo, 5 de abril de 2009

BEM MULHERZINHA


Existem situações nas quais somente uma mulher poderá passar. A depender da situação, uma tonelada de sensações costuma vir no pacote.

O sábado (aquele glorioso dia reservado para fazer coisas bem legais) foi o dia que eu escolhi para ir ao ginecologista / mastologista.

Se eu fosse psicóloga eu iria no mínimo uma vez por mês a uma clínica ginecológica. Melhor que o Big Brother no quesito avaliar os sentimentos humanos.

O lugar está lotado de mulheres (pouquíssimos homens acompanham, normalmente futuros pais) e por incrível que pareça o silêncio é mortal. Quebrado somente com a voz de uma das recepcionistas que chama a próxima.

As revistas são antigas, as Caras são disputadas por olhares dilacerantes, o ar condicionado está no máximo (provavelmente um homem, um dos sócios da clínica instruiu que fosse assim), o café é insosso e o tédio já começou a me cutucar.

Tudo isso é fichinha diante do que me espera. Ficar em uma posição no mínimo humilhante, usar um avental fora de moda e tentar manter uma conversa fiada com a médica enquanto ela enfia aquele aparelho sem te avisar que vai doer (porque aquela porra dói, mesmo com o gelzinho na ponta) e pra finalizar, pensam que seu peito é massa de pão e amassa com toda a brutalidade do mundo.

Até aí, eu agüento. Afinal, minha mãe me levava ao ginecologista desde meus doze anos. Agora, freqüentar mastologista com vinte anos de idade, isso é só para as mulheres macho sim senhor.

Os olhares de compaixão das mulheres acima dos cinqüenta em cima de mim é constrangedor. Eu logo penso: pronto, está pensando que estou com câncer. Tudo bem que você pode estar com câncer sim ou pode não estar, mas não precisa me olhar com essa cara, por favor!

Segurei as lágrimas quando vi no telão de plasma mais um nódulo. Já reconheço de longe, não preciso nem esperar o médico avisar. Não chorei lá (mas já vi muitas chorarem antes de dar tempo de entrarem no banheiro). Chorei em casa e sozinha, mais com raiva do que pena de mim. Talvez mais de cansaço do que de preocupação.

Escolhi outro sábado feliz para fazer a famosa punção (que irá definir do que se trata realmente). Eu escuto minha mãe dizer que teve uma fulaninha que disse que não dói. Eu até escuto, mas sabe que é mentira ( já tinha passado por isso antes e sozinha).

De novo na clínica: ar condicionado geladíssimo; na procura de alguma revista que ainda não leu; uma mulher chora ao descobri um nódulo; outras tentam consolar; penso que já fiz três cirurgias e provavelmente esteja indo pra quarta e sei que não adiantará nada falar isso pra ela; fico calada; observo o relógio e vejo meu sábado se perdendo; a recepcionista grita meu nome.

Eu espero deitada, com as mãos na cabeça e de avental branco fora de moda o médico que demora. Dessa vez, decido não ver nada, fecho os olhos e penso na mulher que disso que não dói. O médico chega e pronto. Como uma sádica tem capacidade de dizer que enviar uma agulha enorme bem no fundo do seu peito, sem anestesia, sangrar horrores a ponto do avental branco virar vermelho sangue, colocar gelo depois para arder mais ainda, tirar um pedaço minúsculo do tal nódulo para fazer biópsia, NÃO DÓI? Vaca, penso instantaneamente.

Chorei como qualquer mulherzinha. Além disso, fiz questão de dizer em alto e bom tom na recepção que aquele exame dói pra caralho. Melhor prevenir do que iludir.

Sei que a cirurgia dói mais ainda. Sei que fazer quimio deve doer muito mais. Sei que precisar retirar a mama deve ser uma puta barra. Sei ou imagino tudo isso, mas eu cansei.

Cansei de ser mulher pra ter que passar por coisas bem de mulherzinha. Talvez por isso sonhe em só ter filhos homens.

Sinceramente, o sábado não é um bom dia para sofrer.
By Fulana

sexta-feira, 3 de abril de 2009

VISITAS ILUSTRES


A arte de receber bem vem de dentro e quem tem gosta muito. Quem não tem sente o pânico só de cogitar a possibilidade de receber duas pessoas para um almoço íntimo. Aprendi que receber convidados requer planejamento antecipado e bom humor.

Nunca levei muito a sério o tal receber visitas e até hoje não entendo a seriedade que um buffet trata assuntos banais (para mim) como qual tipo de guardanapo usar. Continuo não levando sério, mas aprendi a respeitar a competência dessas pessoas que pensam em todos os detalhes.

Sou prática e se der tempo penso nos detalhes (se der tempo...). Faço listas de tudo que precisarei e mando para o buffet. Vou pessoalmente, explico o que eu quero e faço um roteiro do evento. Com isso, o melhor buffet é aquele que segue o roteiro na pontualidade exigida.
Ainda estou à procura do melhor buffet... risos.

Deixemos o buffet de lado e vamos aos comensais... Se os convidados são amigos e pessoas queridas, nós teremos um trabalhinho, mas nada que não compense a companhia deles. Porém, se forem as famosas visitas ilustres (pessoas do alto escalão, presidentes e alguém que a mídia intitule ilustre), aí é hora de sentar e chorar.

Definitivamente, não existe coisa pior do que organizar um jantar para esses seres que sequer lhe cumprimentarão ou perceberão o trabalho filho da puta que estará atrás disso.

Sem contar, ilustre leitor, que você terá que lidar com tudo e todos com um belo sorriso na cara. Afinal, visita ilustre que se preze vem sempre acompanhada da ‘corte’ (aquelas pessoas estressadas, que normalmente não fazem nada e na última hora quer mostrar serviço ou que estão a fim de fazer um passeio às custa do ilustríssimo).

Então eis a cena: o buffet não trouxe tudo que você pediu (paciência, a criatividade está aí pra isso); tem uma louca no seu lado dando mil palpites e não faz nada (paciência, finja que é surda e faça o que tem que ser feito pois o prazo está estourando); o pessoal da organização a cada minuto te pergunta onde colocar isso ou aquilo (paciência, aponte o lugar, ou melhor, aponte um voluntário para fazer isso); todo mundo quer saber o que vai acontecer e vai até você (sorria e finja que é surda e muda); tem uma neurótica que surgiu do nada pirada porque não tem uma bebida insossa ( faça cara de séria, diga que foi solicitado mas está em falta no mercado e mande ela parar de roer as unhas); pediram um tempero que não estava previsto (simples, mande um mortal correr para encontrar em um intervalo de três minutos no máximo); foram grosseiros e xingaram os garçons (chame os garçons em um canto, peça desculpa pelas pessoas que não são pessoas e diga para relevarem). O importante de tudo é sorrir sempre; fingir que não está nervosa; fingir que não quer trucidar todos e principalmente fingir que não quer colocar chumbinho na comida dos visitantes ilustres.

Por isso que pra mim as pessoas ilustres são as pessoas que eu amo e para elas faço questão de pensar em todos os detalhes.

“Os outros são os outros e só.”

E por falar em receber bem, segue a dica do lançamento do “Almanaque das festas instantâneas” da Chris Campos. Vai.

No final, o importante em situações de apuros é fazer cara de paisagem ou curtir as pessoas ilustríssimas da sua vida.

By Fulana