quinta-feira, 8 de novembro de 2007

BLINDNESS

Confesso.

Virei fã do Diário de Blindness. Talvez por isso comecei a notar as pessoas com deficiência visual com mais freqüência.

Essa semana, estava eu no meu retorno para home sweet home, no aguardo da minha super carona, quando reparo ao meu redor um pequeno tumulto.

Uma senhora distinta, apesar das vestes espalhafatosas (“o que seria do amarelo?”, já dizia Machado de Assis). Pois bem, ela mostrava-se revoltada e transtornada pois um determinado motorista não se encontrava no local no horário combinado.

Ia e voltava. Falava com fulano, sicrano e beltrano. Nada do motorista aparecer.

Comecei a ficar impaciente com a tal impaciência.

Cheguei a odiá-la. Na minha maneira egoísta e impessoal de ser.

Aí... e sempre tem um tal ‘aí’... o motorista chegou com uma van. Do nada, foram surgindo jovens cegos em fila indiana se organizando para entrar no veículo.

Ela era a coordenadora da Instituição escrita no uniforme deles.

Senti vergonha de mim.

Sim, ela tinha motivo de estar estressada e impaciente.

Sim, ela tinha um motivo.

Fiquei a observar a dedicação e o carinho para com eles. O modo de andar deles, como Fernando Meirelles descreve no blog.

Achei tudo ímpar.

Me emocionei.

No outro dia, início de ginástica laboral e o primeiro exercício foi justamente se fingir de cego enquanto seu parceiro te guiava.

Senti na pele o que aquele grupo de jovens cegos passa diariamente.

E descobrir que sem confiança no outro, você não vai a lugar nenhum.

by Fulana

Um comentário:

Anônimo disse...

Confiança é algo essencial, tanto no outro quanto em nós mesmos. Eu sempre fui muito desconfiada (ainda sou, rsss) mas dando as cabeçadas se aprende, e de tanto observar acho que aprendi muito sobre as pessoas e confiança....

Beijossssssssss